GRUPO GANGORRA: Um Raio de Luar - programa


UM RAIO DE LUAR

A PEÇA
Texto baseado nos personagens da Comédia Del”Arte onde numa linguagem simples e leve, aborda os desencontros de amor do Pierrot, Colombina e Arlequim mostrando a dualidade do ser humano sem atribuir valores de verdade ao modo de ser e ao comportamento dos personagens individualmente.
Ao mostrar suas contradições, procura destacar a condição de ser humano na sua forma mais verdadeira.
Um espetáculo para todas as idades, onde a paixão é o elo entre a fantasia e o real em que cada um dá asas à imaginação.

Sobre um Raio de Luar

A Comédia Del”Arte a exemplo de outras formas de expressão teatral, tem seu inicio na Grécia Antiga. Muito antes de existir a figura do “ator”, mimos itinerantes livres da barreira das línguas, representavam nos mercados, palácios e praças das aldeias. Estando intimamente ligada à sátira, estas representações usam como material básico, os lugares-comuns do homem.realçando seus defeitos, fraquezas, o mimo é uma espécie de mago que dá ao espectador a impressão de ver o que na realidade não está lá, criando por meio de gestos disciplinados objetos de cuja existência convence através da própria observação concentrada deles. Mudando seu aspecto físico num instante, ele se transforma noutra pessoa, altera seu estado de espírito sem obedecer a um critério de realidade, só mais tarde assimilado pelo teatro.
Usado nos intervalos das grandes tragédias como um recurso de quebra de tensão, ele pode ser comparado nos nossos dias, com as atividades de palhaços no circo entre uma ou outra acrobacia mais arriscada. Seus intérpretes, eram excelentes dançarinos, acrobatas, músicos, cantores, que conforme as necessidades do momento, alteravam o que podiam dos antigos textos, sem nenhuma censura ou pudor literário. Aliás o texto na realidade era apenas um pretexto para este gênero que já no Renascimento veio a se denominar Commédia Del’Arte. Assim, neste período enquanto os estudiosos debruçavam-se na Commédia erudita, a nobreza estimulava ao lado dos mercadores abastados este teatro intelectual; a Commédia Del’Arte viesse a se concentrar. Sem a obrigatoriedade do cenário, do espaço adequado e sobretudo do texto, uma vez que  bastava apenas um roteiro, estes espetáculos ganharam a preferência popular. Sobretudo num momento em que a Igreja , proibindo a realização dos espetáculos teatrais tem apenas  nestas encenações (igualmente proibidas, porém difíceis de serem encontradas, tal a diversidade de locais, que aconteciam), um espaço para criticar, rir, refletir sobre as mazelas humanas. Contando ainda com personagens fixos em todas as suas apresentações – Arlequim, Capitão, Pantaleão, Pierrot, Colombina, entre outros, este gênero continua sendo experimentado sobretudo na Itália.
Não tivemos nesta montagem a pretensão de um trabalho acabado nesta linha. Tomamos no entanto emprestado algumas referências da Commédia Del’Arte para um experimento, que acreditamos venha atender quer o público adulto quanto o infantil.

Aldo Leite


Elenco: Glória Correia (Colombina), Josimael Caldas (Arlequim), Ana Teresa/Estrelinha (Pierrot), Domingos Elias/Tourinho (Apresentador/borboleta).

Ficha Técnica
Ano: 1990
Adaptação, direção, figurino e cenografia: Aldo Leite
Música: Josias Sobrinho
Sonoplastia: Carlos Scott e Crisbell
Confecção de adereços: Bill de Jeus e Lucas Coqueiro
Cenotécnico: Sr. Wilton
Iluminação: Larlô
Músicos: Josias Sobrinho (violão), Cláudio (contra-baixo), Zezé (flauta), Jeca (percussão)
Produção: Nazaré Jansen e Filomena Aranha

In: programa da peça

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